Lua Nova em Leão - inicio de uma transformação prolongada e profunda
Hoje é dia de Lua Nova em Leão. Os dias à volta da Lua Nova são dias de semear, de iniciar um novo ciclo. Geralmente, pensamos em ciclos lunares e plantamos a nossa intenção para um período de uma lua. Desta vez, a Lua Nova é o ponto de partida para um ciclo que nos vai levar à Lua Cheia em Leão de fevereiro 2026, quando a Lua estará a 13’ Leão. Um ciclo longo, portanto, que vai favorecer uma transformação profunda e pouco apressado.
Leão, signo extrovertido,
é conhecido pela sua tendência de mostrar a sua luz interior aos que o rodeiam.
Mas esta lua tem um aspecto um pouco diferente, que pede para olharmos para
dentro à procura da luz interior e iluminando pensamentos que possam estar a
bloqueiar esta luz.
Uma Lua Nova que pede paciência, portanto. Ainda mais porque logo
a seguir, Mercúrio começa a estar retrógrado (em Virgem, o seu regente). Mercúrio
tem o dom de nos deixar confusos e com alguma dificuldade de tomar decisões.
Para navegar o tempo de Mercúrio retrogrado é importante de procurar ouvir a
voz interior, para que as vozes que vêm de fora não nos confundem. Desacelerar,
pausar e ouvir vai poder guiar-nos de volta à voz interior que sussurra tranquilamente
no plano de fundo.
Mas também a
voz interior pode estar confusa e cheia de ecos emocionais: culpa, vergonha, orgulho,
arrogância, inveja, medo e traumas antigos. O tempo de Mercúrio retrogrado é
por excelência tempo de rever o passado e lembrar de aprendizagens já mais antigas.
Entre passado e futuro
Entretanto, a Luz Nova pede-nos para reiniciar e
deixar o passado para trás. Uma dualidade com um pé no futuro enquanto ainda sabemos
ter assuntos a resolver do passado. As circunstâncias pedem para termos
confiança no processo e entregar-nos ao momento.
Assim, há uma beleza extraordinária na energia desta
Lua Nova. É um chamamento para sermos brutalmente honestos na observação daquilo
que ainda trazemos connosco – e é um chamamento de nos entregar a uma consciência
alargada e superior. Leão é regente do
coração – ponto de encontro entre Ego e
Alma. As vozes são diferentes: enquanto
o Ego nos urge de nos identificar com ideias, ideiais e o corpo. O Ego quer
criar segurança de uma identidade a qual se pode agarrar. A Alma pede para
entregarmos a uma existência maior, de abrir mão do controlo e confiar na luz
que trazemos por dentro. O Ego
mantém-nos amarrado aos ciclos do karma, a Alma oferece-nos liberdade, livre de
conceitos, palavras e julgamentos.
Ultrapassar o julgamento
Por altura da Lua Nova, semeamos intenções. Agora é
altura de olhar para dentro e ver o que estamos a criar. Começa um ciclo em que
não podemos mais fingir que estamos a fazer progresso. Se estivermos a criar uma
nova identidade para nos agarramos, ficamos novamente preso ao ciclo do karma. O
verdadeiro progresso está para além daquilo que queremos: está na entrega a uma
força maior.
Ultrapassar o julgamento pode ser o maior osso para roer.
Há situações em que o Ego sente o seu poder ameaçado, explicando o seu mal-estar
como sendo culpa do “mal” ou da “negatividade” exterior. Esse julgamento do “certo
e errado” é um pensamento preto-e-branco a que o Ego se presta, mantendo-nos
presos em atitudes de vítima. A transformação que se inicia nesta Lua Nova,
pode levar a um entendimento profundo de como este fenómeno está presente no
nosso comportamento. Se formos capazes de nos entregar à energia deste ciclo,
desacelerando e tendo paciência, teremos oportunidade de termos empatia
connosco e com o nosso processo. Compaixão, entendimento e ternura são a
resposta – sempre.
A dança da vida
Como já referi, o período que se inicia é um período
de oscilar entre a entrega e o ego. Por um lado, podemos perceber como estamos
ainda agarrados a uma ideia de quem somos, de quem devíamos ser; por outro lado
estamos em condições de nos entregarmos a um poder superior. É a dança da vida,
precisamos dos dois parceiros e precisamos que se respeitam mutuamente.
Tenhamos paciência. Desejo-vos boas meditações.
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